sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Eólica: Potencial SP x China

Não é segredo nenhum que o Brasil é atualmente um dos maiores mercados de energia eólica do mundo.
Com o crescente consumo e implantação da fonte de energia no país, diversos fabricantes, prestadores de serviço e outros importantes players do mercado tem se focado no grande adormecido.

Com notícias de que o novo mapa eólico brasileiro estaria revisado e pronto para ser oficializado, começam a surgir as notícias que podem alavancar alguns mercados.

Nada de novo no alto potencial de geração eólico no nordeste e no sul, no entanto, são os ventos paulistas que começam a chamar as atenções de todos. Em matéria publicada pelo jornal da energia no dia 19 de setembro, o susbsecretário de energias renováveis do estado de São Paulo notifica que o estado possui potencial de geração de uma Belo Monte (fato importantíssimo já que não seriam necessárias as infra estruturas caríssimas e concessões de transmissão que já estão tão em pauta).

Com o anúncio do grande potencial paulista de geração eólica, surgem os números oficiais advindos dos relatórios da Chinese Renewable Energy Industries Association (Creia) da Global Wind Energy Council (GWEC) e do Greenpeace surpreendentes. Com capacidades instaladas previstas para 2020 de 300 GW e para 2030 de 400 GW, já há a previsão de que a China junto ao japão e outros países asiáticos passem a ser o principal mercado do setor em 5 anos.

Será que a corrida brasileira já esta com data para acabar? Será que os investimentos do setor no Brasil foram equivocados e acelerados devido a retração do mercado europeu? Esses questionamentos com certeza irão incomodar muitos dos planejamentos estratégicos de muitos CEOs ao redor do mundo.

Segue abaixo as matérias publicadas no Jornal da Energia:


São Paulo tem potencial eólico de uma Belo Monte, adianta subsecretário

Atlas Eólico Paulista está pronto e aguarda agenda do governador para ser divulgado ao público 

Desde 2008, quando a Secretária de Energia do Estado de São Paulo contratou um consórcio para estudar os ventos paulistas e preparar um atlas eólico, esse documento tem sido bastante esperado pelo mercado. Hoje, o levantamento está totalmente pronto e se tornará público ainda neste mês. 

"A versão final do documento está na minha mesa, aguardando apenas uma agenda do governador Geraldo Alckmin para ser divulgado. Mas nesse mês ele precisa ser apresentado", garantiu o subsecretário de Energias Renováveis do Estado, Marco Antonio Mroz, que falou com exclusividade ao Jornal da Energia após participar da cerimônia de abertura de eventos de energia solar que acontecem no Memorial da América Latina até o próximo dia 21.

Embora tenha evitado dar muitos detalhes, Mroz adiantou que o Atlas vai mostrar que o Estado paulista tem potencial eólico equivalente a "uma Belo Monte". A mega hidrelétrica do Xingu, que está sendo construída no Pará, terá uma potência instalada de 11.233MW.

Em julho deste ano, o Secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, já havia dito que os estudos de vento feitos para a elaboração do atlas trariam bons resultados, "colocando a região no mapa dos investidores eólicos".

Cabe lembrar que o Estado ainda não foi alvo de nenhum empreendimento da fonte; ao passo que regiões como Nordeste e Sul têm cada vez mais parques sendo construídos,o que significa desenvolvimento econômico e receitas para os governos.

As medições para elaboração do atlas paulista foram feitas por mais de um ano, a partir de 2011, em sete pontos diferentes de São Paulo: Altinópolis, Avaré, Buritizal, Catanduva, Echaporã, Dois Córregos, São Roque, além da Serra do Mar.

Foram responsáveis pelos estudos as empresas Bioenergy e Proventos. Depois, a consolidação dos dados foi feita nos Estados Unidos, por uma empresa dinamarquesa.


Capacidade eólica chinesa pode bater os 400GW a partir de 2030

País consolidará sua posição com maior capacidade instalada do mundo

A expansão do mercado eólico para novas regiões da China deve fazer com que o país chegue aos 300GW de capacidade instalada em 2020, podendo bater, ainda, a casa dos 400GW a partir de 2030. As informações são do relatório denominado “China Wind Power Outlook 2012”, documento produzido pela Chinese Renewable Energy Industries Association (Creia), Global Wind Energy Council (GWEC) e o Greenpeace.

"Se tudo correr bem, a energia eólica se tonará um dos destaques no portfólio de energia da China", comentou Li Junfeng, secretário-geral do Creia ao acrescentar que o potencial da fonte só tende a ser reforçado por conta da crise de abastecimento de água, questões como a poluição do ar e a necessidade de reduzir a emissão de gases causada pela dependência do carvão.

Ainda, segundo o relatório, a fonte eólica pode ser responsável por 8,4% da energia gerada, correspondendo, ao mesmo tempo, a 15% da capacidade instalada na China em relação a outras fontes. "Após o desenvolvimento da eólica no norte do país e regiões nordeste e noroeste onde os recursos são abundantes, mas o consumo é relativamente baixo, ela também se espalha em áreas densamente povoadas", disse o responsável pela campanha de energia e clima do Greenpeace Oriente Ásia, Li Yan.

De acordo com o estudo, a região sul chinesa, além da parte oriental do país, dá passos cada vez maiores em direção ao desenvolvimento eólico. Além disso, o documento aponta que só no ano passado, mercados não tradicionais dobraram sua capacidade instalada. Enquanto isso, áreas como Shandong, Jiangsu, Guangdong e Fujian superaram a marca de 1 GW.

Apesar do levantamento apontar que os problemas de conectividade ainda são obstáculos para o desenvolvimento eólico da China, a fonte deve continuar a figurar no país com maior potencial. Já em termos globais, a Ásia como um todo, incluindo países como Índia, Japão e Coréia do Sul, deve “superar a Europa e América do Norte”, se tornando o principal mercado do mundo dentro de cinco anos, conforme colocou o estudo. 

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