quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Resultados do Leilão A-3 em 2011


Depois de alguns receios e expectativas sobre o leilão de energia A-3 ocorrido ontem...

Segue abaixo alguns dos resultados:
  • Volume Total de Energia Contratada: 2.744,6 MW (intalados)
    • 1365,9 MWm (médios) para março de 2014
    • Acréscimo de 177,9 MWm (médios) escalonados posteriormente
  • Volume Total da Negociação de Energia: R$29,1 Bilhões de reais
  • Desagio Médio (Eólicas e Térmicas): Entre 25% e 29% em média
  • Preço da Energia Eólica: R$102,07 / MWh em média
  • Número de Fontes de Geração Eólicas Vencedoras: 44 plantas eólicas
  • Preço da Energia Térmica a gás: R$103,32 / MWh em média
O Volume total contratado foi 43% maior que o previsto como necessário para atender a demanda das distribuidoras. O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim defende que o próprio modelo de leilões serve como estímulo à eficiência e a inovação criando características próprias aos parques brasileiros.
Dass geradoras termelétricas a gás, somente as autoprodutoras conseguiram viabilizar o projeto (MPX e Petrobras).

Segue abaixo as matérias publicadas acerca do assunto tratado neste post e já uma referência ao leilão A-5.

Fonte: Jornal da Energia 



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Parques eólicos ofereceram os menores preços, chegando a até R$96,49/MWh; somente Petrobras e MPX viabilizaram térmicas a gás
Após quase sete horas de disputa, o leilão de energia A-3, iniciado às 11h15 desta quarta-feira (17 / 8), chegou ao final com um preço médio de R$102,07 por MWh, o que representa um deságio de 26,6% frente à tarifa-teto estabelecida para os parques eólicos, usinas a biomassa, térmicas a gás e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A expansão de Jirau venceu energia pelo preço teto que havia sido estabelecido para seu projeto, de R$102 por MWh.No total, foram contratados 2.744,6MW em potência instalada, representando 1.365,9MW médios para entrada em operação em 2014. Como as plantas a biomassa poderão escalonar seu início de funcionamento, outras máquinas agregados ao sistema posteriormente, chegando a um total de 1.543,8MW médios.. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o certame representou negociações que significam R$29,1 bilhões.Ao final da disputa, as eólicas voltaram a surpreender e se firmar como a fonte mais barata. No total, 31 usinas de geração a partir dos ventos negociaram sua futura produção a preços abaixo dos R$100 por MWh. A usina Ibirapuitã I, parte do Complexo Cerro Chato IV, foi a mais barata entre todas as da licitação, com tarifa de R$96,49 por MWh. A fonte teve 44 empreendimentos na lista dos vencedores, com um deságio médio de 28,4%.Entre as termelétricas a gás, apenas MPX e Petrobras, possuem suprimento próprio do insumo, conseguiram fazer frente à concorrência. A MPX fechou contrato para comercializar energia a R$101,90 por MWh com a usina Maranhão III, de 499,2MW e 470,7MW de garantia física. A empresa vendeu 400MWmédios com início de suprimento em 2014, chegando a 450MW posteriormente. Já a Petrobras viabilizou a térmica Baixada Fluminense a R$104,75 por MWh. A estatal vai comercializar 299,4MWmédios em 2014 e 416,4MWmédios posteriormente. A planta possui 530MW de potência e 430,2MW de garantia física. O deságio médio das duas unidades foi de 25,7%.
Ainda estão entre as vencedoras quatro usinas a biomassa de bagaço de cana-de-açúcar, somando 197,8MW de potência instalada. O deságio médio da fonte foi de 26,3%. 

Regras do certame levaram a sobra de energia, mas EPE não vê problemas
O leilão A-3, realizado nesta quarta-feira (17/8), contratou 43% mais energia do que era previsto como necessário para atender à demanda das distribuidoras. De acordo com o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, isso aconteceu devido às regras da licitação, que prevêem que o último projeto na lista dos que se adequaram ao preço teto seja viabilizado, mesmo que, com isso, seja ultrapassado o número estabelecido como alvo.A usina em questão foi a termelétrica Baixada Fluminense, da Petrobras, com 530MW. "Como aconteceu de a última usina ser uma usina grande, houve a sobrecontratação" explicou Tolmasquim. A planta fechou a comercialização de energia a R$104,75 por MWh, maior preço do certame."É uma situação que dá até um conforto", analisou o presidente da EPE. Para ele, as distribuidoras podem facilmente se programar para reduzir suas contratações posteriores e rapidamente ajustar suas cargas contratadas.
O certame A-3 viabilizou 2.744,6MW em usinas, que representam uma garantia física de 1.686,1MWmédios. O preço médio foi de R$102,07 por MWh, totalizando uma negociação de cerca de R$29,1 bilhões. Do total contratado, 1.365,9MWmédios estarão em operação em março de 2014. Depois, com a entrada escalonada de outras usinas, o total chegará a 1.543,8MWmédios.

Fonte volta a bater recordes de deságios; usina mais barata fechou comercialização a R$96,49 por MWh
O leilão de energia A-3, realizado nesta quarta-feira (17/8), voltou a colocar a energia eólica em patamares bastante abaixo dos certames anteriores. Como o Jornal da Energia havia adiantado, os próprios agentes do setor falavam em lances abaixo dos R$100 por MWh, o que acabou por se confirmar. Ao final da licitação, 31 parques eólicos venderam sua produção futura no patamar dos dois dígitos. No total, 44 usinas da fonte saíram como vencedoras do certame, somando 1.068MW em potência, a uma tarifa média de R$99,58 por MWh.O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, foi questionado sobre os motivos que têm levado a geração através do vento a ficar cada vez mais barata no País. O executivo do governo listou argumentos como a chegada de cada vez mais fabricantes de equipamentos. "Essas fábricas, quando entram, é de forma agressiva, às vezes se associando a empresas, buscando mercado", explicou.Tolmasquim também afirmou que o próprio modelo de leilões serve como "estímulo à eficiência e à inovação", inclusive levando os parques brasileiros a terem características próprias, diferentes dos montados na Europa. "Como lá a tarifa é feed-in, eles nunca tentaram ver o projeto que dá o menor custo. E aqui os empreendedores, tiveram que quebrar a cabeça e arrumar soluções criativas. São paradigmas que estão sendo quebrados".
Ao ser desafiado pela imprensa a prever se as eólicas chegaram ao limite ou se pode haver novos deságios nos próximos leilões, Tolmasquim exaltou os resultados positivos das últimas disputas. "A cada leilão a gente acha que não dá para baixar e é surpreendido. Então, é melhor não falar nada", brincou.

MPX e Petrobras ainda tiveram preços acima de muitas eólicas; Aneel e EPE delegam análise a outros órgãos, como a SDE
A forte competição com parques eólicos e usinas a biomassa fez com que apenas duas termelétricas a gás conseguissem comercializar energia no leilão A-3, promovido nesta quarta-feira (17/8) pelo governo. E os vencedores foram justamente os projetos de empresas que produzem o próprio gás, como a Petrobras e a MPX, que faz parte da holding EBX, do empresário Eike Batista. Enquanto a MPX já era apontada como favorita desde o início com seus projetos na bacia do Parnaíba, a estatal encarou diversas críticas de outros agentes pelos termos colocados nos contratos de fornecimento para usinas que seriam rivais no certame.Pouco antes da licitação, a Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef) enviou um ofício pedindo intervenção do Ministério de Minas e Energia, alegando que a estatal estaria praticando atos de concorrência desleal ao exigir inflexibilidade nos contratos, enquanto sua própria usina teria flexibilidade total. Após o final do certame desta quarta, em coletiva de imprensa, as autoridades do governo ouviram diversas perguntas sobre o assunto e foram unânimes em apontar que, ao menos do ponto de vista energético, não houve problemas com a conduta da Petrobras.
"Nosso edital tem uma cláusula que, caso a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) veja prejuízo à competição, ela pode cancelar o leilão. E não houve qualquer problema. Houve deságios grandes, a participação de quatro fontes. Se existe hoje um problema de fás natural, talvez isso tenha que ser analisado em outro órgão, como a SDE (Secretaria de Desenvolvimento Econômico). Do ponto de vista do setor elétrico, não", enfatizou Julião Coelho, diretor da agência reguladora.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, fez coro ao regulador. "Isso é uma questão que extrapola um pouco o leilão. A negociação do produtor com o vendedor de gás é livre, é outra questão. Em termos do leilão, não posso regular, são empresas cotadas em bolsas, que têm seus acionistas, não podemos intervir", analisou. Tolmasquim também opinou que "entidades de concorrência têm que analisar isso".
Ao tocar no assunto, Tolmasquim fez questão de lembrar que a competição dos empreendimentos a gás com as eólicas e outras fontes ajudou a baixar os preços. "Se tivesse (um leilão para) um produto só térmico, aí sim teríamos um problema maior". Ele também garantiu que outras termelétricas, que não as da Petrobras e da MPX, "participaram até bem perto do fim", saindo fora da disputa apenas nos últimos momentos.
No final, foram viabilizados 1.029MW em plantas a gás natural, com um preço médio de R$103,26 por MWh. A fonte acabou saindo como a mais cara do certame, à frente de usinas a biomassa e eólicas, as mais baratas.

Governo ainda analisa se certame terá somente hidrelétricas ou se outras fontes poderão participar
O Ministério de Minas e Energia pretende definir, nos próximos 15 dias, as diretrizes para o leilão de energia A-5, que contratará usinas para entrada em operação em 2016. De acordo com a chefe da assessoria econômica da pasta, Marisete Pereira, os detalhes do certame ainda estão indefinidos.
"Estaremos analisando e, até o final de agosto vamos publicar a portaria agendando (a licitação). Pelo prazo que temos, deve ficar para dezembro", adiantou. A representante do MME afirmou qua ainda não há nada fechado e que o governo sequer decidiu se o leilão contratará apenas hidrelétricas ou se será aberto a outras fontes.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, lembrou que, caso não se obtenha licenças ambientais para usinas suficientes para atender a demanda das distribuidoras para 2016, terá de ser decidido se será aberto espaço para outras fontes ou se a necessidade será preenchida em um leilão A-3 daqui a dois anos.
Tolmasquim afirmou que "provavelmente", não haverá hidrelétricas, e que, nesse caso "ou não contrata, ou coloca todas fontes". O executivo do governo não descartou abrir a concocrrência para usinas a gás ou até mesmo eólicas."Normalmente, o A-5 é para fontes que levam mais tempo para construir a usina, mas outras fontes podem se beneficiar, como as eólicas, com mais tempo para construir as estações coletoras (ICGs). Eventualmente pode-se abrir para todas fontes. É uma coisa que vai ser discutida".

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