sexta-feira, 22 de julho de 2011

Mercado de Energia no Brasil

Abaixo estão algumas reportagens que abordam as condições e tipos de projetos de geração de energia elétrica no Brasil em um prazo de 3 anos:
Preço da Energia Termosolar
Domínio de Usinas Termelétricas a gás no próximo leilão A-3
Foco na energia do futuro - Energia Solar Foto Voltaica
As três matérias são muito interessantes para pensar quais serão as tendências de estudos e desenvolvimento de tecnologias no setor de geração de energia no Brasil.


EPE veta projeto de usina termossolar para o leilão de energia A-3
Braxenergy, responsável pela planta, quis cadastrar projeto como térmica comum; empresa afirma que conseguiria vender energia abaixo do preço-teto

Crédito: Initec

O leilão de energia A-3, marcado para 17 de agosto deste ano, poderia ser o primeiro da história do País a ter, entre os concorrentes, uma usina termossolar. A Braxenergy, empresa de engenharia e desenvolvimento de projetos do setor, cadastrou uma usina da fonte para o certame. A ideia da companhia foi classificar a planta como termelétrica comum para poder disputar a licitação. Apesar disso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vetou o empreendimento.
A usina, de 50MW, é prevista para a cidade de Coremas, na Paraíba. O presidente da Braxenergy, Hélcio Camarinha, afirma que a planta havia sido incluída no certame após uma "grande sacada" do diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, que teria sugerido a classificação do projeto como termelétrica comum a biomassa. A Aneel, porém, foi procurada pelo Jornal da Energia e negou o fato. Por meio da assessoria de imprensa, que consultou a área técnica do órgão, a Aneel destacou que empreendimentos termossolares não estão entre os que podem participar do pregão.
A recusa da EPE, por sua vez, veio em uma carta enviada em 13 de julho. O órgão, assim como a Aneel, declarou que “um projeto de usina solar combinado com biomassa não se enquadra nas fontes de energia previstas na Portaria do MME nº113/2011”, acarretando na ineficácia de seu cadastramento". Conforme o edital, o leilão A-3 prevê o cadastramento de fontes eólicas, hidrelétricas e de termelétricas a biomassa ou a gás natural.
A Braxenergy afirma que recebeu a correspondência no dia 15 e, em 18 de julho, protocolou no órgão de planejamento do setor elétrico um recurso, em que pede a reavaliação. A empresa voltou a alegar que a Aneel havia permitido à usina se cadastrar para o certame. O recurso impetrado pela companhia ainda diz que o julgamento da EPE é um “atentado" a seus direitos e "dão poder de ação contra o responsável pelo dano injusto causado, seja no plano jurídico ou administrativo”.
A principal indignação ficou por conta do contato frequente entre os técnicos da empresa e da EPE. A Braxenergy afirma que em nenhum momento foi informada de que o projeto poderia ser vetado e diz que atendeu a todos os aspectos técnicos e jurídicos necessários.
Dentro do preço teto
Nesta semana, a informação que circulava pelo mercado era de que a Braxenergy havia desistido do leilão por não se adequar ao preço-teto, de R$139 por MWh. O burburinho era de que o máximo que poderia ser alcançado pela empresa era de R$170 por MWh.
Camarinha, porém, desmente tal número e afirma que a usina termossolar é muito competitiva. “Nós estamos preparados para o leilão. Estamos bastante confortáveis com o teto de R$ 139 por MWh apontado, e temos a certeza de que a EPE vai acatar o recurso, e de que vamos vencer o leilão".
Procurada pela reportagem, a EPE confirmou, via assessoria de imprensa, que o veto deve-se à natureza do projeto, uma vez que a energia solar não está entre as fontes contempladas pelo leilão A-3.

Cenário do leilão de A-3 favorece termelétricas a gás, diz analista
Para consultora, eólicas encontram melhores condições no certame de reserva; MME é criticado pelos preços do gás

Crédito: MPX

Na avaliação de especialistas do setor, os empreendedores de térmicas a gás têm uma grande chance de serem os protagonistas do próximo leilão de A-3 que será realizado em agosto. A gerente do núcleo de estudos econômicos e financeiros da Andrade e Canelas, Thaís Trandini, vê o cenário bastante favorável para um destaque da fonte, que não participa de um certame há três anos.
"A gente imagina uma grande competição puxada pelo gás natural, que está sem leilão desde 2008 e, naquela vez, convivia com um dólar mais alto, que encarecia o combustível e o projeto em relação a hoje", avalia a especialista. Além disso, Trandini vê o outro leilão, este de reserva, focado nos parques de energia eólica, o que deixaria o caminho ainda mais livre para as termelétricas no A-3.
Este direcionamento das eólicas para o certame de reserva, o qual não tem participação do gás, se daria por dois motivos principais: preço e condições de contrato. "O de reserva tem um prazo maior para entrar em operação, inicia com um preço mais alto e há a possibilidade de venda no mercado livre. São condições contratuais melhores".
Questionada sobre o valor que as usinas poderiam chegar, a consultora afirma que já ouviu falar que a tarifa poderia chegar a R$110/MWh, mas prefere um palite "mais conservador"."Acho que se mantém no mesmo nível do ano passado, ou até um pouco superior, já que não acredito que a tecnologia evoluiu tanto para baixar o preço".
A opinião de Trandini vai de encontro à análise do professor do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Brandão, ouvido pela reportagem nesta semana. Para ele, o fato de as térmicas não terem sido chamadas aos últimos leilões deve fazer com que os investidores apresentem maior "agressividade" neste ano.
Dúvida sobre o preço das térmicas
A competitividade do gás neste leilão tem como um dos pontos relevantes a participação da MPX, empresa cujas plantas utilizam gás da OGX, proveniente de poços terrestres e de propriedade do mesmo grupo. A participação de uma das concessionárias do empresário Eike Batista foi destacada pela consultora Thaís Tradini, e também lembrada pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. "Provavelmente vamos ter pela primeira vez gás de usinas na boca do poço. Então tem não tem custo de transporte, e isso deve ter um efeito muito interessante", avaliou Zimmermann.
Durante reunião do Comitê de Energia da Câmara Americana de Comércio (Amcham) nesta terça-feira (19/07), Zimmermann foi questionado sobre o alto preço que tem sido cobrado pela Petrobras em seus contratos de gás com geradores.
"O preço de gás tem uma lógica. Não temos infraestrutura, e quanto isso custa? Na verdade você tem hoje o custo de transporte. Tivemos uma evolução, que foi a Lei do Gás, que quer que mais gente invista, não só a Petrobras. Ainda é um insumo novo na matriz brasileira". Zimmermann, que, além de secretário-executivo do MME, é do Conselho de Administração da Petrobras, também destacou que "não é o governo que regula o preço do gás, é regra de mercado".

Solar fotovoltaica terá seu auge em dois anos no Brasil, estima presidente da Kyocera
Empresa tem planos para iniciar obra de fábrica no País em 2012; microgeração e incentivos podem alavancar o crescimento da fonte

Crédito: Kyocera

Apesar da tímida presença da geração fotovoltaica na matriz elétrica nacional - quando comparada a níveis mundiais - a fonte cresce a passos largos, com expansão de cerca de 100% ao ano. Segundo o presidente da Kyocera Solar do Brasil, Sérgio Benincá, em 2010 foram instalados 3MW em painéis solares no País. Para este ano, espera-se fechar a instalação de algo entre 5MW e 6MW e, em 2013, de 10MW.
Até o momento, no entanto, o desempenho da fonte esteve calçado fortemente no Programa Luz para Todos, do governo federal, com o uso de painéis para atendimento a comunidades rurais e isoladas. Para Benincá, a continuidade do desenvolvimento da tecnologia no País dependerá muito de políticas fiscais de incentivo. "Esperamos que daqui a dois anos o mercado de conexão à rede seja explorado, mas para isso dependemos de regulamentação da Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e de incentivos e/ou subsídios do governo", explica o executivo.
O presidente da Kyocera acredita que, no futuro, a energia solar irá até mesmo ultrapassar o desempenho da eólica, que é, hoje em dia, a "menina dos olhos' do setor. A aposta, segundo o executivo, se deve às particularidades de implantação das fontes. "A energia solar você consegue instalar em qualquer lugar, enquanto a eólica tem uma série de fatores que podem inviabilizar o projeto", explica. Benincá compara: "se você pegar um milhão de telhados no Brasil e colocar 4kw em cada telhado, vai ter um terço de Itaipu - e com uma grande vantagem: espalhado por todo País, evitando, por exemplo, linhas de transmissão".
O executivo afirma que houve "muita mudança no governo" em relação à fonte, mas vê a energia hidrelétrica ainda no topo das prioridades, o que afasta o foco dos projetos solares. "Acho que o governo dá um passo por vez e que às vezes dá um passo muito lento", critica.
Benincá prevê que a geração centralizada será o grande mercado para os fabricantes, mas ressalta que a geração descentralizada é a mais importante. "Foi a que deu certo nos Estados Unidos e na Europa, principalmente na Alemanha. No meu entendimento seria mais importante, em termos de Brasil, que se desenvolvesse esse mercado descentralizado". Questionado sobre os sistemas isolados, que têm recebido investimentos em mini-usinas fotovoltaicas, o presidente da Kyocera lembra que esses empreendimentos fazem parte de "um mercado limitado, que um dia acaba”.
Questionado se uma fábrica nacional seria a solução para a fonte, o executivo afirma que, no cenário atual, uma planta por aqui não mudaria muita coisa. "Você ainda teria que importar a célula solar, pois é uma tecnologia que não existe no Brasil. Talvez conseguisse viabilizar pelo mesmo preço de hoje, mas não uma queda".
Ainda assim, a Kyocera tem aprovada, desde 2007, a construção de uma fábrica de módulos solares no Brasil. A iniciativa foi adiada devido à crise econômica mundial, entre 2008 e 2009. "A implantação deve ser retomada em 2012 para entrada em operação em 2013. Porque para você implantar uma fábrica é preciso ter mercado. Ninguém vai fazer investimento numa fábrica, colocar aqui e não vender, fica lá parado. Então, com o mercado aquecendo agora, acredito que no ano que vem a Kyocera comece a se movimentar a colocar a fábrica em operação em 2013", revela.
Valores
Segundo Benincá, o custo da geração fotovoltaica vem sendo reduzido acentuadamente, mas o preço dos componentes ainda encarece os projetos. "Ela tem caído ano a ano, eu diria até que mês a mês. Mas o grande problema da energia solar é que você tem componentes que são muito caros e ainda não contam com a mesma isenção de ICMS e IPI que os módulos têm. Antigamente, o custo do módulo solar girava em torno de 70% do projeto. Hoje está na casa de 30 a 40%. Mas os outros equipamentos - baterias, inversores, controladores etc- que estão dentro do sistemas que não tem esses incentivos. Se considerar só o módulo solar, eu diria que nos últimos dois anos o preço caiu pela metade - e não estou considerando o câmbio, ele caiu em dólar".
De acordo com Benincá, há um movimento forte de empresas estrangeiras procurando parceiros no Brasil para importar painéis solares; os chineses, inclusive, são apontados pelo executivo como os grandes concorrentes. Atualmente, para colocar um parque de 1MW de potência instalada no Brasil é necessário um investimento entre R$10 e R$12 milhões, gerando energia a um custo estimado pelo Ministério de Minas e Energia em cerca de US$400 por MWh. “Quero deixar claro que não estamos pedindo benefícios, mas que tenha um incentivo temporário, depois o mercado se regula”, conclui.

Um comentário:

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