sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Culpa Positiva

Acreditem se quiserem mas Culpa pode sim ter seu lado positivo.
Como?
Uma pesquisa mostrou que realmente a sensação de culpa pode aumentar as sensações de prazer.

Fonte: Galileu

Agora está provado: sentimento de culpa aumenta a sensação de prazer


Pesquisador de Yale responsável pelo estudo que pode mudar até o rumo das campanhas antidrogas

Ravi Dhar, o culpado pelo estudo: pequenas atividades banais podem ser prazerosas por serem divertidas e sem fins práticos //Crédito: Divulgação
“O que eu devo fazer 
Que culpa tenho eu 
Me diga amigo meu 
Será que tudo o que eu gosto 
É ilegal, é imoral ou engorda” 

O Rei Roberto Carlos, como sempre, na vanguarda. Ele cantou a estrofe acima em 1976, (na música “Ilegal, Imoral ou Engorda”) e precisou de quase 40 anos pros cientistas chegarem à conclusão que sim, Rei: (quase) tudo que é ilegal, imoral ou engorda é mais gostoso mesmo. 
Invadir o email de um colega de trabalho é proibido, e nem por isso é divertido. Mas comer uma barra de chocolate em plena dieta da sopa...não precisa falar nada. Só de imaginar a cena já sentimos um prazer misturado com culpa e, segundo uma pesquisa recém divulgada pela Yale University, nos EUA, é exatamente o fato da culpa estar ali que faz o prazer ficar ainda mais intenso.

Um mecanismo até então pouco incompreendido que nosso cérebro desenvolve durante nossas vidas: “Se quando eu sinto culpa, as vezes também sinto prazer, vou associar os dois. Nós não nascemos com isso, é algo que vai sendo estabelecido pela repetição durante nossas vidas”, diz Ravi Dhar, diretor responsável pela pesquisa.

Ravi conversou com a GALILEU e contou sobre as conclusões de sua pesquisa, que leva o título "Quando a culpa gera prazer: o efeito positivo de uma emoção negativa". Entenda o estudo em 4 perguntas:

É certo dizer que a culpa automaticamente gera prazer?

Ravi Dhar: Nos experimentos, nós ativamos a culpa através de intervenções bastante sutis. Em um teste nós simplesmente pedíamos para que os voluntários lembrassem de um momento em que se sentiram culpados. Em outro, distribuímos revistas de saúde e bem-estar para as pessoas folhearem logo antes de comerem chocolate. Isso gera uma culpa relacionada a ausência de poder. Nós não estamos dizendo que machucar uma pessoa ou qualquer outro tipo mais intenso de culpa necessariamente irá gerar prazer. 

Em termos cerebrais, como isso é possível?

Ravi Dhar: Pense no cérebro como estrutura cognitiva no qual conceitos relacionados estão ligados. Quando ativamos um conceito, outros conceitos se ativam por tabela. Nossa pesquisa mostra que quando a culpa é acionada, o conceito de prazer fica mais acessível, isso porque eles estão cognitivamente ligados. 

Coisas que não produzem culpa são menos prazerosas? 

Ravi Dhar: A culpa pode ter muitas motivações. Elas podem ser indiscrições pecaminosas, como comer chocolate durante uma dieta ou procrastinar assistindo vídeos engraçadinhos enquanto se deveria estar trabalhando. Contudo, é importante dizer que essas são atividades intrinsecamente prazerosas, com ou sem culpa. Quer dizer: a atividade precisa ser prazerosa e não útil, como pagar uma conta, por exemplo. 

O que a sua pesquisa tem a ver com marketing? As atuais campanhas anti-cigarro podem ser um tiro pela culatra? 

Ravi Dhar: Nosso estudo ajuda entender alguns padrões de consumo. Por exemplo, explica porque as campanhas publicitárias que associam culpa ao prazer de consumir um produto hedônico são tão eficientes. Além disso, pode servir de alerta para as pessoas por trás das políticas antidrogas. Muitas vezes a culpa é usada para dissuadir pessoas à usarem produtos ilícitos ou prejudiciais à saúde – as conclusões da nossa pesquisa sugerem que reforçar esse tipo de mensagem pode aumentar o prazer dos consumidores dessas substâncias. 

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