quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Eletricidade Brasileira x Jogo Político Paraguaio

Na área de enegia, raros casos são as pessoas que não conhecem ou não ouviram falar de Itaipu.
Com suas 20 unidades geradoras, possui uma capacidade de geração instalada de 14.000 MW (700MW cada).
A produção anual em 2011 foi de aproximadamente 92,24 milhões de MWh.
Por ser uma empresa binacional (brasileira e paraguaia), cada um dos paises envolvidos detém os direitos da energia gerada por metade das turbinas.
Atualmente, devido a pequena demanda do Paraguai, somente 5% são destinados ao país, enquanto o restante dos 95% da energia gerada são destinados ao Brasil.
Com os anúncios do novo presidente paraguai de que deixariam de "ceder" o excedente de sua energia elétrica para o Brasil, fica a procupação:
Como substituir a energia paraguaia (~5.600 MW instalados) caso realmente essa energia não seja mais destinada ao Brasil?
O ministro de minas e energia brasileiro Edison Lobão acalmou os ânimos dos exaltados com algumas respostas clássicas de que o Paraguai não tem onde usar ou vender tanta energia dentre outros fatores.
Leia a matéria na íntegra abaixo.

Presidente do Paraguai diz que não vai mais vender excedente da energia de Itaipu para o Brasil
Projeto de lei sobre o assunto deve ser enviado ao Congresso ainda neste ano; novo diretor da usina já havia feito ameaças

Crédito: Presidência da Republica do Paraguai. DivulgaçãoO novo presidente do Paraguai, Federico Franco, disse nesta quarta-feira (8/8) que não pretende mais continuar cedendo o excedente de energia da hidrelétrica de Itaipu para o Brasil. Atualmente, as regras do tratado que viabilizou a usina binacional ditam que cada país direito a 50% da geração da planta. Mas, como o Paraguai tem uma carga muito pequena, acaba consumindo apenas 5% da produção e vende os outros 45% ao Brasil.
"A decisão do governo é clara: não estamos dispostos a seguir cedendo nossa energia. E notem que utilizo a palavra 'ceder', porque é isso que estamos fazendo: estamos cedendo energia para o Brasil e Argentina, não estamos vendendo", bradou Franco. A referência à Argentina faz jus a outra hidrelétrica, a de Yacyretá, que também é binacional.
O presidente ressaltou que sua postura é a de assegurar não só a soberania, mas os benefícios que essa energia pode gerar no Paraguai. "Há vozes que dizem que vamos entregar nossa soberania. A soberania está entregue. Ontem eu tinha me reunido com o Conselho de Yacyretá. Foi a primeira vez que o Conselho recebe linhas, diretrizes, de parte de um presidente da República. É o que faremos em Itaipu. Nossos conselheiros irão às sessões defender os interesses para o Paraguai poder ser beneficiado".
Franco justificou que a medida é necessária para dar mais competitividade para a indústria do país e, consequetemente, criar postos de trabalho na região. "Vamos convidar os investidores nacionais e estrangeiros para ir para San Pedro, Concepción, para estabelecer suas indústrias, gerando trabalho,. E esta é a melhor maneira de acabar com a criminalidade e a insegurança que castiga nosso país."
Segundo Franco, até dezembro deste ano o poder Executivo paraguaio deve enviar um projeto de lei ao Congresso que permita a interrupção do envio dessa energia para o Brasil. "Não pode ser que o Paraguai tenha 85% da energia de toda a América (do Sul), e utilize apenas 15%. Isto realmente vai mudar com a ajuda de todos os setores", disse o presidente.
Em junho, quando Franco assumiu o governo após um impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo, houve imediata troca do comando de Itaipu. O novo executivo à frente do lado paraguaio da usina, Efraín Enríquez Gamón, assumiu já com o discurso de parar a venda de energia para o Brasil. 
Na época, o ministro de Minas e Energia brasileiro, Edison Lobão, acalmou os ânimos, dizendo que qualquer alteração no tratado da hidrelétrica binacional tem que ser aprovada no Congresso dos dois países. Lobão também argumentou que, caso não venda os excedentes para o Brasil, o Paraguai simplesmente não terá o que fazer com a energia. "Eles não teriam onde vender".

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