Fonte: Jornal da Energia
Estratégia busca dar mais competitividade para as parcerias da companhiaPor Natália Bezutti
A Impsa, primeira empresa a se enquadrar nas novas regras de nacionalização de equipamentos impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), não vê com otimismo o aumentos dos preços para os próximos certames eólicos e, por isso, aposta em pré-contratos para seus clientes. Segundo o diretor comercial da empresa, Paulo Ferreira, 500MW já foram assinados nessa modalidade, e outros 500MW estão sendo negociados.
A estimativa é de que três leilões sejam realizados em 2013, envolvendo a oferta de 20 mil MW. De acordo com Ferreira, com a estratégia adotada, é possível que a empresa estude mais a fundo cada projeto, com as características específicas do cliente e, assim, preencha o volume de sua fábrica.
Além disso, a Impsa possui duas fábricas, uma em Cabo do Santo Agostinho, Pernambuco, e a outra em Guaíba, Rio Grande do Sul, com capacidade total de produção de 270 aerogeradores por ano, com 2MW de potência cada. A empresa fechou contrato recentemente com a LM Wind, que será responsável pelo fornecimento das pás de seus aerogeradores, que empregará cerca de mil pessoas.
Mas para fechar o negócio de vez com seus clientes, Ferreira revela o verdadeiro argumento. “Visite as fábricas antes de fechar o negócio, veja a estrutura de engenharia, a montagem...Isso fará você escolher seu forncedor”.
Entidade calcula que patamar de contratação de 2GW anuais deve ser mantido para manter fabricantes e consolidar cadeia produtivaPor Fabíola Binas
Em um mercado onde o novo modelo requer uma otimização cada vez maior entre investimentos e receita dos parques, os agentes do setor eólico esperam que os próximos leilões continuem apontando para a expansão sustentável da fonte. “Precisamos, pelo menos, da inserção de 2GW ao ano na matriz”, comentou presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo. Ela acredita que esse seria um patamar adequado para manter manter os atuais fabricantes no país e consolidar a cadeia produtiva.
O setor eólico enfrentará um momento de aperto nos custos devido ao aumento nos preços dos aerogeradores, já que os fabricantes terão que se adaptar a regras mais rígidas para obtenção de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além da possibilidade das empresas geradoras terem ainda que investir em sistemas de transmissão. “Ainda que haja o aumento dos custos, a fonte vai continuar competitiva em comparação com outras.”, avaliou Elbia, em evento realizado na manhã desta segunda-feira (15/04).
Os representantes da Abeeolica consideram que, após a demanda fraca dos leilões do final de 2012, neste ano o cenário será melhor pela questão da sobrecontratação das distribuidoras estar resolvida, e por ter passado o impacto inicial da Medida Provisória 579, o que traria uma maior segurança. “Agora é esperar para ver como o governo fará essa contratação nos leilões, quanto será dedicado a cada fonte”, lembrou a executiva.
Em relação à situação com os parques que ficaram prontos, mas estão sem conexão para gerar energia, a Abeeolica acredita que pode ser resolvido com planejamento. “O sistema de transmissão poderia ser planejado para levar a conexão às regiões onde estão os bolsões eólicos”, falou o presidente do conselho de administração da entidade, Otávio Silveira. Já Elbia sugeriu também que os agentes se juntem em consórcios e condomínios para investir em transmissão.
Desempenho
Ainda que tenham que enfrentar desafios, o setor eólico comemora o desempenho operacional positivo de 2012. Para se ter uma ideia, o fator capacidade - a proporção entre a geração efetiva e a capacidade em um mesmo período - atingiu um pico próximo de 70% no ano passado, sendo que o parques da segunda fase ficaram em 54%. Nos dois casos, os percentuais estão acima - 43% e 45%, respectivamente - esperados.
“É importante observar que o pico foi exatamente no período de baixa vazão do reservatórios, provando que a eólica é uma importante fonte complementar”, argumentou a presidente da Abeeólica. A associação estima ainda que, se não fossem a força dos ventos, o país teria gasto R$ 500 milhões a mais com despacho térmico em dezembro de 2012 e, considerando o ano todo, deixou de ter gasto R$ 1,6 bilhões.
A associação estima que a capacidade instalada deva saltar dos atuais 2,5GW para 5,9 GW este ano. O potencial eólico atual permitiu o abastecimento de 2,5 milhões de residências no ano passado, o equivalente a 7,5 milhões de habitantes.
Australianos economizam cerca de US$ 500 milhões ao ano com microgeraçãoPor Fabíola Binas
A Austrália ultrapassou em março a marca de um milhão de residências que geram sua própria energia por meio de painéis fotovoltaicos. Com isso, cerca de 2,5 milhões de australianos conseguem economizar cerca de US$ 500 milhões por ano nas contas de luz. As informações são do Clean Energy Regulator, órgão governamental que acompanha o setor de fontes renováveis.
O chefe-executivo do Clean Energy Council, David Green, reforçou o salto dado pelo setor em apenas cinco anos. “Em 2008 eram somente 20 mil sistemas instalados em todo o país”, contabilizou. O executivo acrescentou que os sistemas de microgeração foram aceitos com entusiasmo por várias classes de famílias australianas, como uma forma de proteção dos preços de energia.
Na Austrália, a indústria solar recebeu bilhões de dólares em investimentos, ocasionando a geração de mais de oito mil empregos. A ideia é de que fonte alcance 20% de participação na matriz energética. “Os consumidores retomaram o controle de suas contas de luz ao usarem uma fonte limpa e tecnologia inteligente”, disse Green.
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